São muitos os pais ou encarregados de educação que estão atentos e fazem diligências como primeiros e principais educadores na fé de seus filhos ou educandos. Em espírito de Igreja, desejam e colaboram para que tudo siga em direção a bom porto, e todos nos alegramos com isso. Aqui ou acolá, porém, vai-se notando uma certa indiferença ou descuido nessa área, não sendo raro, mais tarde, ouvirmos os próprios filhos a manifestarem uma certa pena por não terem sido formados na fé. A Igreja, na sua experiência milenar, insiste em afirmar que os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos na fé, na oração e nas virtudes, pois, esta escola familiar precede, acompanha e enriquece todas as outras formas de formação. No entanto, mesmo com boa vontade, nem sempre os pais estão disponíveis, nem todos estão dentro dos conteúdos catequéticos, das metodologias e das dinâmicas a ter em conta no despertar da fé, na iniciação à vida cristã, no aprofundamento mistagógico, no fazer discípulos missionários, embora seja indispensável o seu testemunho eclesial. Para os ajudar e com eles colaborar – não para os substituir ou dispensar! -, as comunidades cristãs organizam-se, fazem surgir, de dentro de si, pessoas que formam e mandatam, para, em seu nome e com alegre dedicação, ajudarem os pais a transmitir aos seus filhos o conhecimento da Palavra de Deus e da doutrina da Igreja; a introduzi-los no mistério de Deus, na liturgia, com os seus ritos e símbolos, e na celebração dos sacramentos; a viverem segundo os valores evangélicos, sendo discípulos missionários: essas pessoas são os e as Catequistas, em comunhão com o Pároco.

Por isso, apelamos aos pais ou encarregados de educação a fazerem a inscrição dos seus filhos na catequese paroquial, segundo as próprias disposições e organização de cada comunidade. Não de modo contrafeito, mas com o gosto e a responsabilidade de quem deseja o maior bem para os seus filhos, assumindo também, com interesse, o compromisso de participarem nas atividades para si programadas ao longo do ano. O interesse, a disponibilidade e o cuidado dos pais em ordem à boa organização e funcionamento da catequese, é o melhor estimulo para o bom desempenho dos seus filhos na mesma, para além da vivência religiosa em casa e na Igreja. A catequese é um processo contínuo, um processo de educação na fé, em comunidade, de forma dinâmica, sistemática e permanente, o que implica uma assiduidade sem ausências por tudo e nada. A Catequese é evangelização, destina-se a fazer bons cristãos, discípulos missionários. Dizer que é para fazer o percurso da Primeira Comunhão à celebração do Crisma, é fazer do Crisma uma festa de finalistas, com pompa e circunstância, embora todos esses momentos sejam momentos fortes de celebração da fé dentro da caminhada como cristãos. Que os pais não esqueçam que em cada pegada de amor para com os seus filhos, sobretudo nesta formação que dá sentido à vida e às coisas da vida, nascerá sempre uma flor de gratidão!

Antonino Dias

Bispo Diocesano

 

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