Estamos a viver a Semana de Oração pelos nossos Seminários. Ao vivê-la, temos muito presente a comunidade do Seminário do Patriarcado de Lisboa, e o seu Bispo, o Sr. Patriarca, bem como a sua Equipa de Formadores, a cuja Província Eclesiástica pertencemos. Atendendo ao reduzido número de candidatos, já não temos possibilidade de ter uma comunidade formativa entre nós, um Seminário aberto na Diocese. Embora tenhamos o Reitor do Seminário Diocesano que os acompanha, os nossos Seminaristas são formados no Seminário do Patriarcado de Lisboa e frequentam a Faculdade de Teologia da Universidade Católica. A todos manifestamos a nossa profunda gratidão pelo seu empenho e colaboração em tarefa tão importante quão necessária.

Se formar padres, para o nosso tempo, reclama muita atenção à sua formação humana, intelectual, teológica, social e pastoral, se as dioceses vivem com preocupação e responsabilidade esta tarefa sempre em busca de sacerdotes segundo o coração do Bom Pastor, todo o povo de Deus se deve sentir envolvido em fomentar esta cultura vocacional. Todos devemos ter o gosto de propor e desafiar os jovens e as comunidades cristãs à escuta atenta do Espírito e à oração confiante para que, de forma feliz e alegre, surjam estas pessoas que, sensíveis ao chamamento de Cristo e saindo de dentro das próprias comunidades, venham a ser instituídas em favor do Povo de Deus, para o servirem com dedicação e humildade.

Embora todos nos sintamos corresponsáveis no despertar destas vocações, a iniciativa é sempre de Jesus, como o foi outrora, de forma tão bela e eficaz: “Jesus subiu ao monte e chamou os que quis. Eles foram ter com Ele. Jesus constituiu o grupo dos doze para que ficassem com Ele e para os enviar a pregar” (cf. Mc 3, 13-14).

Jesus continua a chamar os que quer, para estarem com Ele e os enviar. O chamamento, regra geral, chega através de pessoas, coisas e acontecimentos, por sinais que o Senhor vai dando na vida de alguns, sobretudo quando o sonho comanda a vida e se lhe quer dar sentido. O discernimento, regra geral acompanhado e orante, vai esclarecendo a decisão de quem sente estes sinais, uma decisão sempre livre e pessoal.

Neste percurso, o Seminário “apresenta-se como um tempo e um espaço; mas configura-se como uma comunidade educativa em caminhada: é a comunidade promovida pelo Bispo para oferecer, a quem é chamado pelo Senhor a servir como os apóstolos, a possibilidade de reviver a experiência formativa que o Senhor reservou aos Doze. Na realidade, uma prolongada e íntima permanência de vida com Jesus é apresentada no Evangelho como premissa necessária para o ministério apostólico. Esta permanência requer dos Doze a realização, de modo particularmente claro e específico, da separação, em certa medida proposta a todos os discípulos, do ambiente de origem, do trabalho habitual, dos afetos, até dos mais queridos”. É a tradição de Marcos “que sublinha a ligação profunda que une os apóstolos a Cristo, e entre si: antes de serem enviados a pregar e a fazer curas, são chamados a "estar com Ele" (Mc 3, 14). A identidade profunda do Seminário é a de ser, a seu modo, uma continuação na Igreja da mesma comunidade apostólica reunida à volta de Jesus, escutando a sua palavra, caminhando para a experiência da Páscoa, esperando o dom do Espírito para a missão. Esta identidade constitui o ideal normativo que estimula o seminário, nas mais diversas formas e nas múltiplas vicissitudes que, enquanto instituição humana, vive na história, a que encontre uma concreta realização, fiel aos valores evangélicos em que se inspira e capaz de responder às situações e necessidades dos tempos. O seminário é, em si mesmo, uma experiência original da vida da Igreja: nele o Bispo torna-se presente por meio do ministério do reitor e do serviço de corresponsabilidade por ele animado com os outros educadores, em ordem a um crescimento pastoral e apostólico dos alunos. Os vários membros da comunidade do Seminário, reunidos pelo Espírito numa única fraternidade, colaboram, cada qual segundo os dons de que dispõe, para o crescimento de todos na fé e na caridade a fim de se preparem adequadamente para o sacerdócio, e por conseguinte, prolongarem na Igreja e na história a presença salvífica de Jesus Cristo, o Bom Pastor (cf. PdV60).

Vivamos esta semana com espírito de fé e de Igreja. Para além da sua vivência nas diversas comunidades cristãs, temos, na nossa Diocese, no próximo sábado, conforme anunciado e divulgado pelo Secretariado da Juventude e das Vocações, uma Vigília de Oração, na Paróquia de Pedrógão Pequeno, na Sertã. No dia seguinte, na mesma Paróquia, a celebração Eucarística, incluindo o Rito, muito simples mas significativo, de Admissão às Ordens Sacras do Diogo Fernandes, Seminarista daquela Paróquia. Ao longo desta semana, procuremos usar os diversos materiais que a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios publicou e estão online.

 

ORAÇÃO

 

Senhor Jesus,

a Tua Igreja, em Sínodo,

dirige o olhar para os adolescentes e jovens.

Pedimos-Te que lhes concedas

a coragem decidida

de contemplar as realidades mais belas

e mais profundas da vida

e de conservar sempre um coração livre.

Ajuda-os a responder ao chamamento

que Tu diriges a cada um deles,

conscientes de que os chamas

para permanecerem Contigo

e serem sempre enviados.

 

Senhor Jesus,

rogamos-Te que concedas aos seminaristas

amor à vocação e a graça do compromisso

de fidelidade ao Evangelho.

 

Senhor Jesus,

ilumina, com os dons do Espírito Santo,

os formadores,

recompensa e abençoa os benfeitores,

ampara o nosso Bispo e os nossos padres,

para que sejam sempre fiéis

ao dom do seu sacerdócio.

Como Igreja, em Sínodo,

nós Te rogamos

que concedas às famílias

a ousadia de Te proporem

como caminho, verdade e vida.

 

Senhor Jesus,

com a intercessão e amparo de Maria e de José,

continua a oferecer à Igreja

vocações sacerdotais fiéis, felizes e fiáveis

e faz dos nossos seminários

comunidades de discípulos,

onde se vive a comunhão,

a participação e a missão. Ámen!

………..

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco,

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