O 5.º Congresso Eucarístico Nacional está a decorrer, em Braga. ‘Partilhar o pão e alimentar a esperança’ é o tema geral que parte da passagem bíblica ‘Reconheceram-no ao partir do pão’.

Sendo a Eucaristia sinal de esperança para a Igreja e para o mundo, sê-lo-á tanto mais quanto mais se fomentar uma cultura eucarística que inspire a todos nos âmbitos da caridade, da paz, da solidariedade, da família, do cuidado pela criação.

Por sua vez, de 8 a 15 de setembro, acontecerá, em Quito, Equador, o 53.º Congresso Eucarístico Internacional, em busca de uma verdadeira ‘Fraternidade para Curar o Mundo’. Todos estamos convidados ‘a construir o sonho de uma fraternidade curada pelo amor de Cristo que nesta hora da história nos diz: “Todos vós sois irmãos” (Mt 23,8)’.

Só as feridas abertas do Ressuscitado, as feridas do amor, poderão curar as feridas do ódio, da inimizade, da violência e da morte que afligem a humanidade. Abraçados pelo amor eucarístico que brota do Coração de Cristo, há que “reavivar o dom de Deus e reconhecer que todos os povos, são irmãos, filhos do mesmo Pai, construtores da fraternidade”, assim se lê num Subsídio de preparação para o Congresso, do Comité Pontifício, onde também consta este Salmo da fraternidade, com o apelo a que nos unamos e o tornemos voz de todas as criaturas:

 

Nações, povos, territórios, gentes!

Vizinhos, amigos e famílias,

feridos e amargos, divididos e dispersos,

triste pólvora que tantos mata,

drogas que sufocam a vida e o canto…

 

Perdoa, Senhor, a minha intransigência,

sinal incoerente do meu barro

que me afasta do humano e do divino,

que quebra a fraternidade e te entristece,

discreta presença no pão e no vinho.

 

Sangue humano derramado por homens

é sangue fraterno de confrontos homicidas.

Olha, Senhor, benevolente e grande

a mente perdida, o coração dilacerado,

os lábios que imploram aceitação:

encontrem refúgio no teu coração que ama.

 

Perdoa, Senhor, os meus egoísmos,

a ternura que se esconde,

a dor que me acutila

és tu quem a assume na cruz,

discreta presença no pão e no vinho.

 

Ajuda-nos, Senhor, a ser Igreja,

no caminho sinodal, sempre irmãos

e já́ sem ódio, egoísmo ou rancor

saboreemos a intimidade do diálogo e do amor,

o teu bálsamo que cura as feridas,

as feridas do mundo que clamam por ti.

—-

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 31-05-2024.

 

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