Obra feita, em curso e por fazer

Construída a partir dos meados do séc. XVI (1556), ao longo de 70 anos, a Sé de Portalegre sofreu obras de vulto no século XVIII (1726-1795) e, volvidos 225 anos (2020-2022), as obras em curso. Edifício singular, mesmo único, particularmente pelo seu ‘recheio’ (móvel e integrado). Obra tão rica como complexa, a exigir estudo e cuidados especializados, em vista da sua reabilitação.

A reabilitação actual abarca o edificado (catedral, claustros e anexo) e também o seu notável ‘recheio’ maneirista (retábulos dos altares), esculturas ou imagens, pinturas ou quadros isolados, azulejaria, paramenteiros etc. 

Quanto ao edificado foi executada uma nova estrutura da cobertura da nave central e as restantes coberturas foram alvo de intervenção de revisão e manutenção. Todos os rebocos e trabalhos em argamassas são restaurados. Nos claustros: os lambrins de mármore e as colunas, os pavimentos são trabalhos em curso. Em curso está também a cobertura da sala da grade (que passa a ter duas águas). É construído um edifício adjacente ao claustro, no espaço do antigo cartório paroquial, junto à porta do Sol, cujo edificado foi demolido. Houve demolições dos edifícios localizados no pátio poente (espaço dos W.C. e dos arrumos).

Relativamente ao móvel e integrado é de salientar: o restauro dos retábulos maneiristas de oito altares: capela-mor, do Santíssimo, de S. Pedro, das Chagas e de S. Mauro (já intervencionados); do Santo Nome de Jesus, da Srª da Luz, Senhora do Carmo, S. Crispim e S. Crispiniano (em curso). Já foi intervencionado o altar de Stº António (talha) e em breve será o de S. Jorge (talha). Resta o altar de Stª Catarina de Sena (alvenaria). Em atelier, estão a ser tratadas 90 esculturas ou imagens, bem como pinturas isoladas e outras peças de valor. Nos claustros, está a decorrer a intervenção na capela de S. Tiago.

Importa realçar que, feitas janelas de sondagem, pôde-se descobrir a existência de pinturas murais extraordinárias, em todas as capelas, até agora cobertas com cal: algumas datam do tempo da construção da Catedral (meados do século XVI, início do sécº XVII) e outras são posteriores (finais do sécº XVIII). 

Outro campo relevante diz respeito ao tratamento ou restauro da azulejaria. Foram tratados os azulejos nos lados da entrada principal da Sé, do baptistério, dos dois guarda-ventos laterais, das capelas do Santíssimo e de S. Pedro, da entrada para a sacristia principal, das escadas para o piso superior dos Claustros. Os azulejos que cobrem as paredes da sacristia principal serão também tratados. Serão colocados azulejos à entrada dos claustros pela porta do Sol, depois de removidos os existentes. 

Está em curso o restauro de alguns móveis, nomeadamente os paramenteiros da sacristia principal, os dois armários grandes hoje colocados na sala 3 do Cabido, o paramenteiro da sala 2 do mesmo. 

Será lançado o concurso do mobiliário litúrgico (peças novas): cadeiral da presidência, mesa de altar e ambão em mármore (capela mor), altar e ambão em madeira (capela do Santíssimo), bancada da nave central (52 bancos e 8 genuflexórios) e da capela do Santíssimo (6 bancos). 

Estas obras de reabilitação são comparticipadas pelo FEDER a 85%, sendo a contrapartida nacional assegurada pela Diocese de Portalegre-Castelo Branco (15%). 

Há atrasos, devido a achados arqueológicos e outras situações encontradas em obra, cuja intervenção acabou por ser maior do que o previsto, nomeadamente a cobertura da Sé. 

 


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