Diac. André Beato

 

Um dos primeiros lugares foi sem dúvida o Grupo de Acólitos. Lugar onde fui crescendo como cristão, mas com a responsabilidade acrescida de estar no presbitério a servir ao altar. Tinha apenas 9 anos quando entrei no grupo. Posso dizer que foi aqui, no serviço do altar, onde senti os primeiros sinais da vocação. As celebrações, as procissões, as reuniões semanais de formação, os retiros por altura do advento e da quaresma, os campos de férias…tudo isto ajudou-me a crescer na fé e a consolidar a vocação que agora vou abraçar. 

Outro lugar foi o Grupo do Pré-Seminário que se reunia no Seminário de Alcains. Com 15 anos comecei a frequentar este grupo uma vez por mês. Estes encontros foram como que a continuação de um percurso e o complemento de tudo o que já tinha caminhado na fé. Mas foram sobretudo momentos onde pude começar a reflectir, de forma mais séria, a questão da vocação. Aliás, foi depois de três anos de caminhada neste grupo que decidi arriscar e seguir Jesus desta forma, caminhar em Seminário.

O terceiro lugar é sem dúvida o Seminário. Os Seminários do Patriarcado de Lisboa onde fiz toda a minha caminhada e formação (Seminário de São José de Caparide e Seminário de Cristo Rei dos Olivais). 

Em primeiro lugar, foi em Seminário que aprendi a olhar para a minha condição de baptizado e ver o que essa mesma condição me comprometia a vida. Aprendi a viver em comunidade, a conhecer melhor a vida em Igreja, e fiz três experiências muito fortes do “Ser Igreja” que não esqueço: duas experiências onde escutei e acompanhei os que mais sofrem por causa da sua doença e onde vi o rosto de Cristo sofredor. Refiro-me aos 15 dias de voluntariado no Hospital de Santa Maria e aos 15 dias na Casa de Saúde do Telhal.

O Seminário foi um lugar de desconstrução do que havia a desconstruir e de construção do que havia a construir. Um tempo e um lugar de crescimento como cristão e como pessoa. O homem que hoje sou devo muito ao Seminário. A caminhada próxima e amiga que os formadores têm connosco foram essenciais para a construção desta história vocacional. «Não caminhamos sozinhos, mas caminhos em Igreja», foi das coisas mais belas que aprendi e vivi no Seminário. 

No Seminário, lugar de oração e de meditação tive a oportunidade, em cada ano pastoral, reflectir e rezar as dimensões essenciais na vida de um padre, quer nos retiros anuais por altura da Quaresma, nas recolecções mensais (tempos de oração e reflexão), quer nos temas propostos a cada ano pelos Directores Espirituais: o “ser filho”; “ser irmão”; “ser servo”; “ser sacerdote”. 

Por fim, o Seminário, lugar de encontro com Deus e com os outros. Todos somos diferentes, mas todos seguindo o mesmo e único Jesus. Para além de estarmos inseridos numa comunidade mais alargada, estávamos inseridos num curso. O meu curso é o Curso de São Francisco de Assis. Confesso que a partilha e toda a vivência em Curso foram das experiências mais fortes que tive e que muito me ajudaram nesta caminhada. Um curso onde aprendi muitas coisas. Sublinho apenas a alegria que nos caraterizava e carateriza de seguir e servir a Deus e à sua Igreja. Com todos eles aprendi e cresci. Tenho-os como irmãos!

Partilhar:
Comments are closed.