Está a decorrer a Semana Nacional de Oração pelas Vocações. O Dia Mundial é no Domingo, dia 11 de maio, IV Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor, dia em que, nesta nossa Diocese, um jovem será ordenado Diácono em ordem ao Presbiterado, na Concatedral de Castelo Branco. A Mensagem papal para esta Semana e Dia Mundial de Oração pelas Vocações, ainda não é de Leão XIV, mas foi escrita pelo Papa Francisco no Hospital Gemelli, em 19 de março findo.

Francisco afirma que a vocação “é um dom precioso que Deus semeia nos corações, uma chamada a sair de si mesmo para trilhar um caminho de amor e serviço. E cada vocação na Igreja – seja laical, seja ao ministério ordenado, seja à vida consagrada – é sinal da esperança que Deus nutre pelo mundo e por cada um dos seus filhos”.

Denunciando o que hoje ameaça os sonhos e os projetos de vida dos jovens, afirma que o Senhor não nos abandona na insegurança. Pelo contrário, Ele “quer suscitar em cada um a consciência de ser amado, chamado e enviado como peregrino de esperança”.

Por isso, se convida os adultos a acolher, discernir e acompanhar o caminho vocacional das novas gerações, Francisco reafirma que os jovens são chamados a ser, nesse caminho, “protagonistas, ou melhor, coprotagonistas com o Espírito Santo, que suscita neles “o desejo de fazer da vida um dom de amor”.

Ao assegurar aos jovens que a sua vida não é “entretanto”, mas que eles são o “agora de Deus”, apresenta o exemplo de tantos santos que responderam com alegria, fazendo do discernimento vocacional “um caminho para a felicidade plena, na relação com Cristo vivo”.

De facto, quando os jovens se deixam interpelar pela Palavra, o seu coração arde no desejo de descobrir a melhor forma de retribuir o amor com que Deus os ama. Procuram “conhecer o caminho que Deus os chama a percorrer: alguns constatam – muitas vezes com surpresa – a vocação ao sacerdócio ou à vida consagrada; outros descobrem a beleza da chamada ao matrimónio e à vida familiar, bem como ao empenho pelo bem comum e ao testemunho da fé entre colegas e amigos. Toda a vocação é animada pela esperança, que se traduz em confiança na Providência”.

Este caminho e discernimento “desenvolvem-se no seio da comunidade cristã e com ela”. O ruído do mundo instiga a fazer escolhas precipitadas, “impedindo a experiência de um silêncio aberto a Deus, que fala ao coração”. Por isso, o Papa apela aos jovens: “Tende a coragem de parar, de escutar dentro de vós e de perguntar a Deus o que Ele sonha para vós. O silêncio da oração é indispensável para ‘interpretar’ a chamada de Deus na própria história e para dar uma resposta livre e consciente. O recolhimento permite compreender que todos podemos ser peregrinos de esperança se fizermos da nossa vida um dom, especialmente ao serviço daqueles que habitam as periferias materiais e existenciais do mundo. Quem se põe a escutar Deus que chama não pode ignorar o grito de tantos irmãos e irmãs que se sentem excluídos, feridos e abandonados. Cada vocação abre para a missão de ser presença de Cristo onde mais se sente necessidade de luz e consolação. Em particular, os fiéis leigos são chamados a ser “sal, luz e fermento” do Reino de Deus, através do empenho social e profissional”.

Deus age na história de cada pessoa. O mundo precisa de jovens peregrinos da esperança, corajosos em dedicar a sua vida a Cristo, cheios de alegria por serem seus discípulos-missionários. Precisa de pastores, de vidas consagradas, de famílias cristãs verdadeiramente missionárias que, com confiança e esperança, anunciem com a vida que seguir Cristo é fonte de alegria.

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 09-05-2025.

 

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